Boris Johnson sai da corrida e abre a porta para Rishi Sunak

 O antigo primeiro-ministro britânico e líder conservador Boris Johnson anunciou ontem que não vai concorrer novamente à liderança do Partido Conservador, depois de muitos terem pedido que este sucedesse a Liz Truss como primeiro-ministro do Reino Unido.

Boris Johnson terá chegado a um acordo com Rishi Sunak e Penny Mordaunt para não concorrer à liderança do Partido Conservador.

A desistência de Boris Johnson deverá abrir caminho ao seu antigo ministro das Finanças, Rishi Sunak, que é agora o grande favorito para ocupar o número 10 de Downing Street.
Johnson, cujo mandato de dois anos ficou marcado por múltiplos escândalos governamentais, admitiu que voltar ao cargo de primeiro-ministro “seria errado”.

“Há uma boa hipótese de que eu teria sucesso na eleição dentro do Partido Conservador, e que estaria de volta a Downing Street na sexta-feira. Mas, ao longo destes últimos dias, infelizmente apercebi-me que isso simplesmente seria errado. Não é possível governar com eficiência a não ser que haja um partido unido no Parlamento”, considerou Johnson, num comunicado citado pelo Notícias ao Minuto.

O líder que antecedeu a Liz Truss referiu ainda que conversou com o Rishi Sunak e a Penny Mordaunt, porque esperava que se “pudessem unir pelo interesse nacional.
“Infelizmente, não conseguimos arranjar forma de o fazer”, lamentou.


RISHI SUNAK PODERÁ SER CONFIRMADO HOJE PRIMEIRO-MINISTRO BRITÂNICO

O sucessor de Liz Truss como primeiro-ministro britânico poderá ser conhecido hoje se só se qualificar um candidato à liderança do Partido Conservador, sendo o antigo ministro das Finanças Rishi Sunak o mais bem posicionado.

Com a desistência de Boris Johnson anunciada no domingo à noite, Sunak é o favorito tendo em conta o número de apoios públicos declarados.

A outra candidata, a líder da Câmara dos Comuns [um cargo no governo equivalente a ministra dos assuntos parlamentares], Penny Mordaunt, disse que estava confiante de que conseguiria reunir o apoio de 100 colegas deputados do Partido Conservador.

O prazo para a formalização das candidaturas fecha hoje às 14h00, hora local.

Para ser elegível, é preciso que os candidatos tenham o apoio de 100 entre os 357 membros do grupo parlamentar ‘tory’.

Até agora, segundo as contagens dos meios de comunicação social britânicos, apenas o antigo ministro das Finanças Sunak atingiu o limiar necessário, apesar de Boris Johnson ter reivindicado 102 assinaturas.

Se existir apenas um candidato, este será declarado vencedor e sucederá rapidamente a Liz Truss na chefia do Governo sem necessidade de eleições legislativas, pois o primeiro-ministro é tradicionalmente o líder do partido com maioria parlamentar.

Se se qualificarem dois candidatos, o Comité 1922, o conselho do partido que organiza as eleições internas, previu uma votação “indicativa” na segunda-feira à tarde para verificar o nível de apoios de cada um. O resultado está previsto para as 18h00.